Custos e regulação do mercado brasileiro dos imunossupressores utilizados na manutenção do transplante renal em adultos
Palavras-chave:
custo de medicamentos, SUS, imunossupressores, transplante renalResumo
Objetivo: Analisar e comparar, na perspectiva dos mercados público e privado, o custo dos imunossupressores utilizados para o tratamento de manutenção do transplante renal em pacientes adultos. Métodos: Estudo descritivo e comparativo dos custos dos medicamentos imunossupressores. Para tal utilizou-se a lista de padronização de preços de medicamentos da Câmara de Regulação do Mercado Farmacêutico para os valores públicos, a revista ABCFarma para os preços privados e o International drug price guide para os preços internacionais. Resultados: Foram identificados 34 diferentes laboratórios farmacêuticos. Destes, quatro são oficiais do governo. Todos os imunossupressores e a prednisona (P) foram classificados como essenciais. O menor preço médio do miligrama foi do micofenolato mofetil (MMF), seguido da azatioprina (AZA), e da ciclosporina (CsA). Por outro lado, os mais caros foram o everolimo (EVL) e o sirolimo (SRL). Tacrolimo (TAC) é mais caro que a CsA. Em relação às estratégias de tratamento, CsA+AZA+P, TAC+AZA+P e CsA+MMF+P apresentaram respectivamente menor custo anual. O tratamento particular é 170% mais caro caso o paciente tenha que assumi-lo. O medicamento é mais caro no Brasil do que no cenário internacional. Conclusões: O tratamento pós-transplante renal é crônico e possui um custo elevado. O sistema de saúde tem garantido o acesso desses medicamentos à população uma vez que o tratamento particular do paciente é inviável. Observou-se a falta de investimento e valorização do governo para com os laboratórios oficiais que, em situações contrárias, poderiam contribuir para, entre outras coisas, redução de custos e de melhorias no acesso.