Tratamento da insuficiência renal aguda por terapia dialítica contínua: a proteção da função renal realmente torna a modalidade custo-efetiva?
Palavras-chave:
custo-efetividade, insuficiência renal aguda, pacientes críticos, terapia dialítica contínua, terapia dialítica intermitenteResumo
Objetivos: Avaliar a custo-efetividade da terapia dialítica contínua versus intermitente no que tange à dependência de diálise, sob a perspectiva da Saúde Suplementar Brasileira, em dois horizontes de tempo: 10 anos e 20 anos (lifetime). Métodos: Análise de custo-efetividade a partir de um modelo de decisão baseado em modelo de Markov, empregando dados clínicos de dependência de diálise e custos médicos diretos, sob a perspectiva dos planos de saúde privados brasileiros. Os desfechos de saúde considerados foram anos de vida livres de diálise, QALY e percentual de pacientes em remissão completa após a alta hospitalar. Resultados: O tratamento com a modalidade contínua mostrou-se mais efetivo e econômico quando comparado à modalidade intermitente, nos dois horizontes de tempo analisados. Adicionalmente, foi observada redução de 57,8% do risco relativo de um paciente inicialmente tratado com a modalidade contínua se tornar um paciente crônico, em relação ao tratamento intermitente. As análises de sensibilidade atestaram a robustez do modelo, evidenciando resultados favoráveis ao uso do sistema contínuo, mantendo-se a economia de recursos observada no caso base. Conclusão: A modalidade de terapia dialítica contínua pode ser associada à preservação em potencial da função renal de pacientes críticos. Adicionalmente, o emprego da modalidade nesses casos pode trazer economia substancial de recursos financeiros em longo prazo, já que a dependência de diálise possui caráter crônico e pode ser extremamente onerosa para os sistemas de saúde.