Impacto orçamentário de natalizumabe para o tratamento em primeira linha da esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa sob a perspectiva do sistema de saúde privado brasileiro

Autores

  • Jéssica Rigolon Biogen, São Paulo, SP, Brasil.
  • Antônio Artur Silva Biogen, São Paulo, SP, Brasil.
  • Ricardo Rosim Biogen, São Paulo, SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.21115/JBES.v11.n2.p128-34

Palavras-chave:

natalizumabe, esclerose múltipla, impacto orçamentário, sistema de saúde suplementar

Resumo

Objetivos: Os objetivos deste estudo são calcular o custo de um surto de esclerose múltipla sob a perspectiva de uma operadora de saúde privada e o impacto orçamentário da adoção de natalizumabe em primeira linha para esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa (EMRRAA). Métodos: Para o cálculo do custo do surto, duas abordagens foram adotadas: para surtos que não levam a hospitalizações, foi aplicada uma pesquisa a 33 médicos neurologistas para identificação do consumo de recursos. Microcusteio foi realizado com base em bases de dados públicas. Para o cálculo do custo de surtos que levam a hospitalizações, foi utilizada uma base de contas médicas. Para o cálculo do impacto orçamentário, foi construído um modelo baseado em prevalência. Foram assumidos os seguintes custos: custo de aquisição de natalizumabe, custo de infusão de natalizumabe e custo de surtos. Taxa de ocorrência de surtos para natalizumabe e para seus comparadores, disponível apenas no sistema público, foi obtida em estudos clínicos e metanálises. O caso-base foi realizado considerando-se uma operadora que atende 100 mil vidas na região Sudeste. Análise de sensibilidade foi realizada. Resultados: O custo calculado de um surto foi de R$ 14.157,21. O impacto orçamentário calculado para adoção de natalizumabe para EMRRAA foi de R$ 0,64 por beneficiário por ano, ou 0,02% das despesas assistenciais de uma operadora de saúde suplementar, ou 0,02% de suas receitas de contraprestações. A análise de sensibilidade confirma que o impacto não chega a 1 real por beneficiário por ano e atinge, no máximo, 0,03% das despesas assistenciais. Conclusão: Dados os altos benefícios clínicos de natalizumabe, o impacto orçamentário de sua adoção para primeira linha de EMRRAA é considerado baixo. O impacto pode estar superestimado, visto que não foram considerados custos de progressão da doença.

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Publicado

2019-08-20

Como Citar

Rigolon, J., Silva, A. A., & Rosim, R. (2019). Impacto orçamentário de natalizumabe para o tratamento em primeira linha da esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa sob a perspectiva do sistema de saúde privado brasileiro. Jornal Brasileiro De Economia Da Saúde, 11(2), 128–134. https://doi.org/10.21115/JBES.v11.n2.p128-34

Edição

Seção

Artigos