Acesso ao tratamento da dor de pacientes com câncer atendidos no sistema de saúde privado brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v11.n3.p255-62Palavras-chave:
câncer, controle da dor, necessidades não atendidas, custoResumo
Objetivo: Refletir sobre o manejo atual da dor em pacientes com câncer atendidos no sistema de saúde privado brasileiro, considerando limites legais, acesso a medicamentos essenciais e questões éticas envolvidas. Os participantes do painel procuraram chegar a um consenso sobre recomendações para aumentar o acesso à analgesia adequada para pacientes com dor secundária ao diagnóstico de câncer. Métodos: Quatro especialistas brasileiros reuniram-se após a reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2019, realizada em Chicago, e discutiram os mencionados assuntos. Um consenso foi alcançado e é descrito abaixo. Resultados: A dor oncológica prevalece em nosso país, provavelmente subtratada, e pode ser uma causa predominante de uso excessivo de serviços médicos, o que pode aumentar os custos com saúde. Assim, pode haver uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida do paciente, com um impacto orçamentário positivo para planos de saúde privados, se esse tratamento for obrigatoriamente reembolsado. Existem vários estudos na literatura que mostram resultados semelhantes, mas isso deve ser estudado prospectivamente, preferencialmente usando evidências provenientes de dados de mundo real, no cenário brasileiro. Os protocolos de tratamento da dor do câncer, preparados por especialistas, devem ser elaborados de acordo com todas as partes interessadas. Conclusão: Os participantes do painel concordaram que o tratamento da dor, que deve ser considerado um direito humano, é uma clara prioridade no Brasil. Todas as partes interessadas devem colaborar na elaboração de protocolos para melhorar a qualidade de vida do paciente, consequentemente melhorando os orçamentos do seguro de saúde. Nesse caso, isso teria consequências claras no acesso a tratamentos inovadores contra o câncer, como os discutidos durante a reunião da ASCO em 2019.