Custo de transfusão crônica de concentrado de hemácias na perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v12.n3.p226-30Palavras-chave:
eritrócitos, transfusão de sangueResumo
Objetivo: A carência de informações sobre custo de transfusão sanguínea na saúde suplementar brasileira pode comprometer análises econômicas e eventuais decisões relacionadas a esse procedimento no longo prazo. O objetivo deste estudo foi estimar o custo de transfusão crônica centrado de hemácias (CH) nesse contexto. Métodos: Foi escolhida a perspectiva do pagador. Uma pesquisa foi realizada com especialistas para levantamento de valores reembolsados para transfusão de uma bolsa de CH em pacientes politransfundidos. Os resultados da pesquisa foram comparados ao custo de transfusão de CH calculado utilizando a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), edições de 2018 e 2010, sendo a edição mais antiga sugerida pelos especialistas como estando mais de acordo com a realidade de mercado. Resultados: Seis hemocentros localizados no Sul e Sudeste do Brasil foram incluídos. Os valores mediano e médio reembolsados aos hemocentros foram R$ 1.066,44 (amplitude interquartil: R$ 665,00-1.252,00) e R$ 959,54 ± R$ 337,14 (mínimo: R$ 295,00 – máximo: R$ 1.980,00), respectivamente. Com base nos parâmetros da CBHPM 2018 e 2010, os custos de transfusão calculados para uma bolsa de CH foram R$ 1.905,18 e R$ 1.119,69, respectivamente. Conclusões: Análises utilizando parâmetros da CBHPM 2018 podem superestimar os custos de transfusão de CH. Na perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro, a melhor estimativa de custo de transfusão por bolsa de CH está entre o valor reembolsado e o valor calculado utilizando a CBHPM 2010. O presente estudo apresenta informações importantes para futuras análises de custo-efetividade de patologias que envolvem tratamentos à base de politransfusão de CH.