Consensos em hemofilia A no Brasil: painel Delphi de especialistas
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n1.p96-103Palavras-chave:
hemofilia A, painel Delphi, emicizumabeResumo
Objetivo: É fundamental entender as necessidades não atendidas relacionadas ao manejo da hemofilia A no Brasil. Métodos: Foi conduzido um painel Delphi modificado. Foram convidados hematologistas com vasta experiência no tratamento de hemofilia no SUS para responder a perguntas sobre indicadores de eficácia da profilaxia, indicações de tratamento com emicizumabe, uso de agentes de bypass, uso de indução de tolerância imunológica (ITI) e adesão. O consenso foi definido como ≥75% dos votos na rodada 1 ou usando uma escala do tipo Likert de 5 pontos (1 = discordo totalmente, 2 = discordo, 3 = não concordo nem discordo, 4 = concordo e 5 = concordo totalmente) na segunda rodada, que incluiu questões que não atingiram o corte mínimo na primeira etapa. Resultados: Nove especialistas participaram e houve consenso sobre recomendações para profilaxia, padrões de tratamento de sangramento e locais de sangramento. O acesso venoso e a frequência da infusão foram identificados como as barreiras mais significativas para melhorar o tratamento do paciente. De acordo com a maioria, emicizumabe não substituirá a ITI ou tratamento com fator VIII de longo prazo. Emicizumabe foi considerado uma boa opção terapêutica para pacientes com difícil acesso venoso, pacientes que precisam de acesso venoso central, na presença de inibidores ou em pacientes com queixas de dor relacionada à infusão. Conclusão: As informações e consensos obtidos neste estudo podem ser úteis tanto para os tomadores de decisão quanto para os responsáveis pelo desenvolvimento de modelos econômicos de saúde para o tratamento da hemofilia A no Brasil.