Análise de custo do sequenciamento dos novos agentes para o tratamento de leucemia linfocítica crônica sob a perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n1.p80-8Palavras-chave:
leucemia linfocítica crônica de células B, custos e análise de custo, saúde suplementarResumo
Objetivo: Estimar o custo do sequenciamento de tratamentos e por desfecho dos novos agentes disponíveis para o tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) em primeira linha (1L) e segunda linha (2L) em um horizonte temporal de 15 anos sob a perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro. Métodos: Foi desenvolvido um modelo de sobrevida particionada com quatro transições de estados de saúde (sem progressão em 1L, sem progressão em 2L, pós-progressão e morte), considerando os seguintes regimes: venetoclax + obinutuzumabe (VenO), venetoclax + rituximabe (VenR), ibrutinibe (Ibru) e acalabrutinibe (Acala). Foram consideradas na análise as posologias em bula e as curvas de sobrevida livre de progressão (SLP) dos respectivos estudos pivotais em cada uma das linhas terapêuticas. O custo total de cada sequência considerou a soma dos custos dos regimes utilizados em 1L e 2L, baseado no preço fábrica de cada medicamento. Resultados: As sequências de tratamento iniciadas com VenO apresentaram menores custos, especialmente o regime VenO>VenR (R$ 982.447), que apontou redução de aproximadamente R$ 3 milhões em 15 anos, quando comparada às sequências de Ibru>VenR ou Acala>VenR. Na análise de custo por desfecho, a sequência VenO>VenR apresentou o menor custo por ano de SLP (R$ 104.437), até 76% inferior em relação ao sequenciamento com maior custo por ano de SLP (Ibru>VenR). Conclusões: Os resultados desta análise demonstram o impacto significativo que a 1L de tratamento possui na jornada do paciente com LLC. Adicionalmente, o presente estudo aponta o menor custo de tratamento acumulado para o sequenciamento dos regimes VenO>VenR, sugerindo que os regimes de tratamento à base de venetoclax podem contribuir de maneira substancial em uma maior eficiência na alocação de recursos pelo gestor do sistema de saúde suplementar brasileiro.