Blinatumomabe em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda B em primeira recidiva de alto risco: um estudo de custo-efetividade
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n1.p41-50Palavras-chave:
leucemia linfocítica aguda, análise de custo-efetividade, Sistema Único de SaúdeResumo
Objetivo: Estimar a custo-efetividade do blinatumomabe como novo padrão no tratamento de consolidação de pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda de células precursoras B (LLA-B) em primeira recidiva de alto risco. Métodos: Um modelo de sobrevida particionado com horizonte lifetime e ciclo de quatro semanas foi construído na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS). Sobrevida livre de eventos e sobrevida global foram extrapoladas com base no ensaio clínico 20120215, usando funções paramétricas. A taxa de desconto foi de 5%. O impacto de variações em pressupostos foi explorado em análises de cenário. Resultados: O custo lifetime com desconto para o caso base foi de R$ 351.615 para blinatumomabe contra R$ 97.770 para HC3 (grupo controle de quimioterapia-padrão), com ganho de 9,96 e 6,74 anos de vida ajustados para qualidade (QALYs), respectivamente. A razão de custo-efetividade incremental (RCEI) foi de R$ 78.873/QALY. Considerando um cenário sem descontos, a RCEI foi de R$ 33.731/QALY ganho. Os outros cenários com maior impacto na RCEI foram a exclusão do desperdício de blinatumomabe (isto é, considerando que a sobra em frasco-ampola de um paciente seria reaproveitada para outro paciente: R$ 35.751) e a alteração do tempo de infusão (troca de bolsa em 48 ou 96 horas em vez de 24 horas: R$ 35.515). A probabilidade de o blinatumomabe ser custo-efetivo foi de 65,7% na análise probabilística, considerando um limiar de R$ 95.501. Conclusões: Blinatumomabe é custo-efetivo para pacientes pediátricos com LLA-B derivada em primeira recidiva de alto risco na perspectiva do SUS.