Sistema Público de Saúde Brasileiro: história e perfil dos cuidados com a insuficiência cardíaca e os impactos da COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n2.p140-148Palavras-chave:
sistema público de saúde, insuficiência cardíaca, cardiologia, COVID-19Resumo
Objetivo: O objetivo deste estudo é descrever o contexto geral e específico das internações por insuficiência cardíaca (IC) junto ao Sistema Único de Saúde e seus principais indicadores assistenciais e aspectos econômicos no período pré e durante a COVID-19. Métodos: Os indicadores econômicos foram avaliados no período entre janeiro de 2011 e junho de 2022, comparando esses indicadores antes e durante a pandemia por COVID-19, utilizando dados do DataSUS Informações de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil. Foram avaliados o número de internações, tempo de internção, letalidade e custos de internação. O método ARIMA e o modelo de regressão geral foram usados para analisar os resultados mensais antes e durante a COVID-19. Resultados: A hospitalização por IC diminuiu nos últimos 11 anos, com queda mais significativa na pandemia da COVID-19. Após a pandemia, houve aumento da letalidade em pacientes internados por IC e também um aumento do tempo de permanência, mesmo diante da diminuição das internações. Ao analisar os aspectos econômicos, foram gastos mais de US$ 725 milhões. O ticket médio apresentou uma clara queda no investimento per capita, com desvalorização real de 30,46% no período de 2011 a 2022, o que pode estar relacionado a duas hipóteses principais: aumento da efetividade e efetividade da análise de custos do atendimento e/ou subfinanciamento crônico do Sistema Público de Saúde Brasileiro. Conclusão: A IC tem sua letalidade agravada ao longo do tempo, principalmente no período da COVID-19, associada também a um gasto relevante com o sistema público brasileiro e a uma tendência de diminuição da alocação de recursos.