Telenfermagem como estratégia para a investigação dos fatores associados à inadequação da adesão da terapia farmacológica no paciente com diagnóstico de angina refratária
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v16.n2.p121-7Palavras-chave:
telenfermagem, serviço de telessaúde, angina pectoris, cooperação do pacienteResumo
Introdução: A angina refratária (AR) atinge cerca de 5% a 10% dos portadores de doença arterial coronariana, segundo o Grupo de Estudo Conjunto da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). O tratamento farmacológico compõe os pilares para o manejo da AR, todavia muitos pacientes são considerados não aderentes à terapêutica farmacológica. Compreender a adesão é fundamental para obtenção dos melhores resultados terapêuticos. Objetivo: Utilizar a telenfermagem para investigar os fatores associados à inadequação da adesão da terapia farmacológica no paciente com diagnóstico de AR. Método: Estudo prospectivo descritivo realizado com a participação dos pacientes em acompanhamento na Clínica de Coronariopatia Crônica. Para avaliação da adesão medicamentosa, foi utilizado o instrumento Adherence to Refills and Medications Scale (ARMS). Resultados: Foram acompanhados 13 pacientes em 68 consultas de enfermagem (telenfermagem) com aplicação do formulário ARMS. O escore de adesão médio ao tratamento farmacológico foi de 13,1. A necessidade de compra de medicamentos foi informada em média 63,1% das vezes. A não aquisição de medicamentos relacionada ao alto custo ocorreu em 17%. O custo mensal estimado para aquisição dos medicamentos mais prescritos para o tratamento da AR atinge R$ 385,35, correspondente a 27% do valor do salário mínimo nacional. Conclusão: O presente estudo trouxe à luz o desabastecimento medicamentoso e os custos elevados dos fármacos prescritos como motivadores para a inadequada adesão farmacológica, fator pouco destacado na literatura. Por meio do acompanhamento com telenfermagem, o enfermeiro identificou a situação econômica como motivadora para o comportamento de não adesão terapêutica.