Análise dos custos diretos e indiretos da COVID-19 em um hospital brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.Suppl2.p135-45Palavras-chave:
absenteísmo, anos de vida ajustados pela incapacidade, COVID-19, custo da doença, SARS-CoV-2, hospitalizaçãoResumo
Objetivo: Avaliar os custos diretos na perspectiva hospitalar e do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como os custos indiretos de pacientes hospitalizados por COVID-19. Métodos: Estudo observacional com coleta de dados por micro e macrocusteio, realizado com pacientes admitidos por COVID-19 em um hospital paulista (março a setembro de 2020). Custos indiretos foram obtidos pelos métodos de capital humano e de anos de vida ajustados pela incapacidade (DALY). Análises de Mann-Whitney e regressão linear foram realizadas. Resultados: Foram incluídos 158 indivíduos com mediana de idade de 57 anos (IIQ 42-68 anos). A mediana de custo da internação na perspectiva do SUS e hospitalar foi de, respectivamente, R$ 2.009,46 (IIQ: R$ 1.649,11; R$ 4.847,36), principalmente devido à unidade de terapia intensiva (UTI), e R$ 19.055,91 (IIQ: R$ 8.399,47; R$ 38.438,00), principalmente devido a recursos humanos. Tempo total de internação (p < 0,001), óbito (p < 0,001) e ventilação invasiva (p < 0,001) foram preditores de aumento de custo. Foi identificada perda de 381,5 DALY e perda de produtividade de 128 anos, equivalente a US$ 855.307. Conclusão: Os principais direcionadores de custo foram recursos humanos e UTI. Entretanto, na perspectiva da sociedade, foi identificado o maior impacto devido à perda de produtividade e DALY. Tempo de hospitalização foi um dos grandes contribuidores do custo, e esse fator pode estar atrelado a gravidade da doença e protocolos de cuidado ao paciente.