Análise de dados epidemiológicos e econômicos de pacientes com hemofilia A no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n3.p272-281Palavras-chave:
hemofilia A, epidemiologia, custo da doença, utilização de recursos de saúde, jornada do pacienteResumo
Objetivo: Descrever os custos médicos diretos anuais por paciente com hemofilia A (HA) no sistema público de saúde brasileiro (SUS) e compreender e descrever a jornada do paciente em âmbito hospitalar, as características demográficas e os procedimentos realizados no SUS. Métodos: Análise retrospectiva das bases de dados do DataSUS. Foram coletados dados de indivíduos com registro de tratamento de HA entre 1º de janeiro de 2018 e 30 de junho de 2021. Além do código D66 CID-10 (HA), foi considerada a ocorrência de procedimentos como dosagem do fator VIII e dispensação ou administração de terapia de by-pass como critérios de inclusão. Dentre os critérios de exclusão, destacam-se a dispensação do fator IX e indivíduos do sexo feminino. Um pareamento de registros usando características sociodemográficas foi realizado para identificar pacientes únicos. Resultados: Foram identificados 2.298 indivíduos em tratamento ambulatorial e 1.018 em tratamento hospitalar. Os resultados mostraram que a maioria dos pacientes são da região Sudeste do país, brancos e de meia-idade. O custo médio do tratamento da HA por paciente-ano foi de R$ 90,36 para atendimento ambulatorial e de R$ 1.015,31 para atendimento hospitalar. Os custos foram significativamente maiores para pacientes mais graves e entre 12 e 18 anos (R$ 1.974,75 e R$ 1.049,09, respectivamente). Conclusão: As evidências demonstradas incentivam a implementação de políticas que visem melhorar a qualidade da assistência prestada aos pacientes com HA. A disponibilização de centros de referência para pacientes hemofílicos é primordial para o sucesso do tratamento e pode resultar em maior eficiência.