O impacto da pandemia da COVID-19 nos exames de rastreamento do câncer no Brasil: um estudo comparativo dos cânceres de mama, próstata e colo de útero
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v14.n3.p217-223Palavras-chave:
COVID-19, rastreamento de câncer, oncologiaResumo
Objetivo: Analisar a influência da pandemia da COVID-19 na execução dos exames de rastreamento e diagnóstico dos cânceres de próstata, mama e colo uterino na população brasileira. Métodos: Estudo analítico transversal e quantitativo com levantamento do número desses exames realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os dados foram extraídos do Datasus nos períodos de pré-pandemia (março/2019 a fevereiro/2020) e pandemia (março/2020 a fevereiro/2021). Foram extraídos os números de exames realizados mês a mês e comparados os períodos pré-pandemia com o de pandemia. Foi realizada uma análise estatística descritiva, e as médias mensais de exames realizados nos dois períodos foram comparadas usando o teste t de Student. Resultados: Na comparação entre os períodos pré-pandemia e de pandemia, houve diminuição de média de 45,2% no número de exames citopatológicos, (194.978 exames por mês a menos; p < 0,00001), de 44,4% nos exames de mamografia (142.015 mamografias a menos por mês; p < 0,00001) e de 24,4% nos exames de antígeno prostático específico (PSA) (148.815 exames a menos por mês; p = 0,0012). Conclusão: A influência da pandemia gerou uma diminuição considerável no número de exames de rastreamento, mamografia, dosagem de PSA e citopatológico, o que deverá se traduzir em aumento nos casos de doença avançada, com graves consequências negativas para os pacientes e para o sistema de saúde.