Estudo de custo-efetividade de FOLFOX seguido de FOLFIRI versus 5-FU/LV seguido de irinotecano em pacientes com câncer colorretal metastático no Sistema Único de Saúde do Brasil
Palavras-chave:
análise custo-benefício, neoplasias colorretais, quimioterapia, saúde públicaResumo
Objetivo: A incorporação de novas tecnologias tem tornado insustentáveis os custos relacionados ao tratamento do câncer no mundo. O governo brasileiro recentemente revisou valores de reembolso na tentativa de incorporar regimes de quimioterapia mais modernos no sistema público de saúde. Nosso objetivo foi avaliar a custo-efetividade dos regimes disponíveis em 1ª linha para o tratamento do câncer colorretal antes e após a revisão. Métodos: O Modelo de Markov foi desenvolvido para avaliar desfechos de duas estratégias de tratamento do câncer colorretal avançado sob a perspectiva do SUS. A estratégia pré-revisão incluiu 5-fluorouracil e leucovorin (regime FU/ LV) como tratamento de 1ª linha seguido de irinotecano na 2a linha. A estratégia atualizada incluiu oxaliplatina, 5-fluorouracil e leucovorin (regime FOLFOX) seguida de irinotecano, 5-fluorouracil e leucovorin (regime FOLFIRI). A razão de custo-efetividade (ICER) por ano de vida ganho foi calculada comparando ambas as estratégias a suporte clínico exclusivo. Resultados: As estratégias pré- -revisão e atualizada proporcionaram ganho estimado de 0,17 e 0,91 anos, respectivamente, quando comparadas a suporte, com ICERs de R$50.504 e R$73.626, respectivamente. Ao comparar a nova estratégia à anterior, o ganho foi de 0,74 anos, com um ICER de R$78.188. Análise de sensibilidade sugere que a supressão do custo de internação associado à infusão contínua nos novos esquemas poderia tornar dominante a nova estratégia. Conclusões: Da perspectiva do SUS, a revisão dos valores de reembolso incorporou os novos regimes com questionável relação custo-efetividade. Avaliações econômicas de alternativas, como bomba de infusão domiciliar, quimioterapia oral e terapias alvo devem ser consideradas.