Custo-efetividade da infiltração contínua da ferida cirúrgica com ropivacaína versus morfina para controle de dor aguda
Palavras-chave:
custo-efetividade, dor, infiltração contínua, ropivacaína, ferida cirúrgica, Saúde Suplementar do BrasilResumo
OBJETIVOS: Avaliar a custo-efetividade da infiltração contínua da ferida cirúrgica (ICFC) com ropivacaína versus infusão de morfina, sob a perspectiva da Saúde Suplementar Brasileira, em horizonte de 48 horas após cirurgias de grande porte. MÉTODOS: Análise de custo-efetividade por modelo analítico de decisão, empregando dados clínicos de sucesso de analgesia e redução de efeitos colaterais, como náuseas e vômitos pós-operatórios ligados à analgesia com opioides (PONV), obtidos por revisão de literatura. Foram considerados no modelo custos médicos diretos e custos relaciona[1]dos à internação (receita líquida por leito). RESULTADOS: A eficácia clínica da tecnologia de ICFC mostrou-se superior em todos os cenários apresentados, quando comparada à morfina endovenosa, com menor incidência de PONV, maior taxa de sucesso da analgesia e menor necessidade de opioides de resgate. Ainda, a ICFC mostrou-se menos dispendiosa do que o comparador selecionado, seja administrado por infusão em bolus ou por dispositivo de infusão de fármacos. O resultado se deve, majoritariamente, à redução do tempo de permanência hospitalar. CONCLUSÃO: A ICFC é uma alternativa extremamente efetiva, do ponto de vista clínico, para controle de dor aguda. A tecnologia pode trazer ainda economia de recursos financeiros em curto prazo, já que a dor aguda e a incidência de PONV, além de aumentar o consumo de medicamentos, como opioides e antieméticos, pode prolongar a recuperação do paciente e a sua permanência hospitalar.