Custo-efetividade da vacinação contra dengue no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v9.n1.p12-29Palavras-chave:
Brasil, custo-efetividade, vacinação contra a dengue, modelo de transmissãoResumo
Objetivo: Definir o valor econômico da vacina tetravalente contra dengue no Brasil por meio da estimativa do limiar de preço custo-efetivo por dose. Métodos: Um modelo dinâmico de transmissão foi utilizado para estimar o impacto em saúde pública da vacinação contra dengue e os parâmetros econômicos relacionados. A análise avaliou duas estratégias de vacinação: rotina aos 9 anos, mais campanha de vacinação com 7 coortes (10 a 16 anos; R9&10-16) ou 16 coortes (10 a 25 anos; R9&10-25). Foram utilizados dados demográficos, epidemiológicos e econômicos específicos para o Brasil. O impacto econômico foi estimado em 10 anos sob a perspectiva do pagador público e da sociedade. Todos os custos foram expressos em BRL2016. Resultados: Em 10 anos, as estratégias de vacinação R9&10-16 e R9&10-25 preveniriam 9 milhões e 15 milhões de casos de dengue, respectivamente, evitando 269,906 (95% CI: 410,097–154,653) e 434,334 (95% CI: 547,052–304,799) anos de vida ajustados por incapacidade. Isso resultaria em uma economia de até BRL7,4 bilhões (US$2,1 bilhões) sob a perspectiva da sociedade com o maior programa de vacinação. O limiar de preço custo-efetivo por dose para as estratégias R9&10-16 e R9&10-25 seria BRL187,5 (95% CI: 109–276) (US$52,1) e BRL183,6 (95% CI: 129–230) (US$51,0), respectivamente, sob a perspectiva do público pagador, e BRL221,5 (95% CI: 129–326) (US$61,5) e BRL216,8 (95% CI: 153–271) (US$60,2), respectivamente, sob a perspectiva da sociedade. Conclusão: Os altos limiares de preço custo-efetivo por dose demonstram o significativo valor econômico da vacinação contra dengue no Brasil, mesmo para um programa amplo com campanha com 16 coortes.