Análise de custo-efetividade da toxina onabotulínica A no tratamento preventivo da migrânea crônica sob a perspectiva do sistema privado de saúde do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v9.suppl1.71-80Palavras-chave:
cefaleia, hemicrania, análise, custo-benefício, toxina botulínica A, toxina onabotulínica AResumo
Objetivo: Avaliar o custo-efetividade da toxina onabotulínica A (TB) versus ausência de tratamento “não tratar” (NT) da migrânea crônica refratária a pelo menos dois medicamentos em um Sistema de Saúde Suplementar. Métodos: Modelo analítico de decisão simulou desfechos e custos em 24 semanas. Os desfechos clínicos foram: dias com cefaleia (DC); dias com cefaleia moderada/severa (DCMS); episódios de cefaleia (EC); dias com migrânea (DM) e episódios de migrânea (EM). Para o braço NT, utilizaram-se os valores basais do placebo. Para o braço TB, utilizaram-se os valores basais aplicando as reduções relacionadas ao uso do tratamento. Os custos incluídos foram custos médicos diretos. Os dados que subsidiaram as análises foram extraídos da literatura. Avaliou-se uma aplicação de TB (155U) a cada 12 semanas, totalizando duas aplicações em 24 semanas. Custos foram extraídos de bases oficiais do Brasil. Considerou-se taxa de descontinuação de 3,8% para TB na semana 24. Análises de sensibilidade probabilística (ASP) e univariada (ASU) foram realizadas para o desfecho DM. Resultados: O uso de TB proporcionou redução de 52,42% nos DC; 47,97% nos DCMS; 37,60% nos EC; 50,49% nos DM; 35,68% nos EM e uma redução de R$ 1.193 com consulta médica e hospitalização. Houve incremento de R$ 8.646 com aplicação da TB, resultando numa Razão de Custo-Efetividade Incremental (RCEI) de R$ 142,16/DC; R$ 155,35/DCMS; R$ 198,22/EC; R$ 147,61/ DM e R$ 208,85/EM. A ASP e ASU comprovaram os resultados do caso base. Conclusão: Uso de TB proporciona redução dos desfechos clínicos, variando de 44% a 49%, além de redução de 54% a 60% nos custos com visitas médicas e hospitalização.