Necessidades não atendidas em mieloma múltiplo no Brasil sob a perspectiva de médicos – barreiras na qualidade de vida e manejo da doença
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v10.n2.p165-171Palavras-chave:
mieloma múltiplo, necessidades médicas não atendidas, qualidade de vidaResumo
Objetivo: Existe uma tendência no aumento das taxas de sobrevida global de pacientes de mieloma múltiplo (MM) ao longo dos anos, aumentando a necessidade de melhorar sua qualidade de vida e atenuar as necessidades médicas não atendidas na área. Desta forma, o objetivo deste estudo é explorar e descrever as necessidades médicas não atendidas e as barreiras em pacientes brasileiros de MM, a partir da perspectiva de médicos. Métodos: Um questionário com 41 questões foi desenvolvido para coletar dados sobre as características clínicas, necessidades médicas não atendidas e barreiras no diagnóstico e tratamento de MM no Brasil. Depois de coletar a resposta dos médicos, uma discussão em forma de painel com todos os participantes foi realizada para coletar dados adicionais e validar as respostas do questionário. Resultados: Os participantes tinham, em média, 18 anos de experiência profissional, atendendo-se no total uma média de 30 pacientes de MM por mês. Os pacientes de MM atendidos por esses médicos no sistema público apresentam em média 7,5 meses de doença ao iniciar o tratamento, enquanto no sistema privado apresentavam 2,5 meses. Em ambos os sistemas, a maioria dos pacientes foi referenciada por clínicos gerais. Neuropatia periférica foi o evento adverso mais frequentemente reportado pelos médicos, com maior impacto na adesão ao tratamento e na qualidade de vida. Conclusão: Existem diversos desafios relativos às necessidades médicas não atendidas, especialmente ao comparar os sistemas público e privado no Brasil. De acordo com os participantes, o acesso aos procedimentos diagnósticos básicos e a adoção de medidas de educação médica e de pacientes minimizariam as barreiras importantes no cenário brasileiro atual