O diagnóstico por imagem no Brasil: um sistema, muitas realidades
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v10.n3.p291-7Palavras-chave:
Sistema Único de Saúde, diagnóstico por imagem, Atenção Terciária à Saúde, financiamento da assistência à saúdeResumo
Objetivos: A forma como os sistemas de saúde são financiados é um determinante crítico para alcançar a cobertura universal. Pouco foi publicado caracterizando padrões específicos do aumento preocupante de diagnóstico por imagem durante a última década. Este estudo objetivou verificar quais as variáveis socioeconômicas, estruturais e demográficas possuem associação com os gastos por diagnóstico de imagem ambulatorial de alta complexidade no Brasil. Esse tipo de análise pode permitir que os interessados em contenção de custos compreendam onde ocorre a maioria dos exames de imagens e a maior parte das despesas. Métodos: Os dados foram coletados de 2008 a 2016 do sistema Datasus com o uso do software TabWin versão 1.4.1. Resultados: O presente estudo mostrou que o aumento excessivo dos exames de imagem aumenta os custos e a exposição à radiação. Diversos fatores contribuíram para esse aumento, incluindo maior disponibilidade de tecnologia, aumento da demanda de pacientes e médicos, pagamento por produção e melhorias na tecnologia, resultando em maior facilidade no acesso aos exames de imagem. O estudo mostrou ainda que há concentração dos gastos per capita ambulatoriais com diagnóstico por imagem nas macrorregiões com melhor infraestrutura. Conclusões: É necessário um esforço mais concentrado para reduzir os custos administrativos. Ineficiências são provavelmente o produto de uma série de fatores, incluindo a complexidade administrativa do sistema de saúde do Brasil e a falta de transparência de custos em todo o sistema.