O desafio da equidade: fatores associados aos gastos com a produção ambulatorial na atenção secundária
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v10.n3.p246-54Palavras-chave:
regionalização, economia da saúde, percepção de equidade, atenção secundária à saúdeResumo
Objetivo: Analisar quais as variáveis socioeconômicas, estruturais e demográficas possuem maior associação com a produção e os gastos ambulatoriais de média complexidade no estado de Minas Gerais no ano de 2014. Métodos: Estudo ecológico, analítico observacional em uma população de 853 municípios do estado de Minas Gerais agregados por 77 Comissões Intergestoras Regionais (CIRs). Foram realizadas análises descritivas, bivariada e multivariada, entre o gasto com a produção e variáveis explicativas sociodemográficas e econômicas, cobertura da estratégia saúde da família, número de médicos especialistas e de atenção básica, e oferta (equipamentos) dos serviços em média complexidade. Resultados: A caracterização socioeconômica, demográfica e de estrutura dos serviços de saúde das CIRs indicou heterogeneidade nessas variáveis. Foi evidenciada correlação positiva entre a produção e o gasto per capita ambulatorial em média complexidade com as variáveis: produto interno bruto (PIB), renda média domiciliar per capita, índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM), condição de habitação, sexo feminino e médicos especialistas e de atenção básica. Evidenciaram-se ainda correlações negativas com as variáveis: taxa de analfabetismo e cobertura da estratégia saúde da família. Na regressão linear múltipla, a variável condição de habitação apresentou maior valor preditivo em relação à produção per capita em média complexidade e as variáveis “médicos especialistas”, “condições de habitação” e “equipamento RX” mostraram maior valor preditivo para gasto per capita em média complexidade. Conclusão: Os resultados fornecem evidências de que a infraestrutura e a condição socioeconômica das CIRs estão determinando a maior produção e gastos ambulatoriais de média complexidade, pois regiões com menor infraestrutura e condição socioeconômica tendem a gastar menos.