Compartilhamento de risco na saúde suplementar brasileira

Autores

  • Daniel Pinto Gestão da Saúde, Fundação Getulio Vargas, São Paulo, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21115/JBES.v12.n2.p164-9

Palavras-chave:

acordos com compartilhamento de risco, saúde suplementar, indústria farmacêutica, operadoras de saúde, planos de saúde

Resumo

Objetivos: Este trabalho discute os recentes impactos do avanço tecnológico no mercado da saúde e a crescente importância do aumento de custos em toda a sua cadeia e investiga uma alternativa para aumentar o acesso a essas novas tecnologias por um maior número de pessoas na saúde suplementar. Nesse contexto, o objetivo geral proposto para este trabalho foi evidenciar as visões de gestores de saúde com papel de destaque no Brasil a respeito do uso de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) em diferentes geografias e em diferentes financiadores no sistema. Pretendeu-se aprofundar o tema com o cumprimento dos seguintes objetivos específicos, também sob a perspectiva dos participantes da pesquisa: verificar a utilização desses modelos de pagamento e, consequentemente, determinar as características e adaptações necessárias a eles; identificar os desafios para a consolidação do risk sharing na saúde suplementar; verificar o impacto do risk sharing nos custos com saúde das operadoras a partir da percepção dos entrevistados. Métodos: Trata-se de estudo qualitativo, com entrevistas em profundidade com os principais gestores e formadores de opinião em saúde de diferentes instituições no Brasil, totalizando 25 entrevistas. A análise de conteúdo foi escolhida como método de interpretação e construção das categorias para a análise. Resultados: Os resultados foram agrupados nas seguintes categorias: as sugestões e adaptações sugeridas para o melhor funcionamento na realidade brasileira; as críticas e desafios aos modelos propostos. Os resultados sugerem que o compartilhamento de risco pode ser uma alternativa capaz de pro[1]mover uma nova forma de relacionamento entre os pagadores e a indústria fabricante, substituindo o tradicional modelo de remuneração, que limita a relação linear com todos os setores, buscando sempre o objetivo de atender o paciente com novas alternativas de acesso. Conclusões: Em meio à complexidade do sistema de saúde brasileiro, é importante que os players avaliem novas alternativas de remuneração e incorporação tecnológica. Os desafios são inúmeros, desde a efetivação do perfil dos pacientes elegíveis até a aplicabilidade do risk sharing que ocorre a partir do interesse de ambas as partes em trazer novas tecnologias ao sistema, sem impactos orçamentários significativos, desde que seja viável clínica e economicamente, gerando valor em saúde, na efetividade e nos resultados de desfecho em taxa de sobrevida real.

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Publicado

2020-08-20

Como Citar

Pinto, D. (2020). Compartilhamento de risco na saúde suplementar brasileira. Jornal Brasileiro De Economia Da Saúde, 12(2), 164–169. https://doi.org/10.21115/JBES.v12.n2.p164-9

Edição

Seção

Artigos