Epidemiologia e ônus da depressão resistente ao tratamento no Brasil: análise do subgrupo brasileiro do estudo de observação multicêntrico TRAL

Autores

  • Chei Teng Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • Marco Antonio Caldieraro Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Serviço de Psiquiatria, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil.
  • Acioly Lacerda Universidade Federal de São Paulo; BR Trials – Pesquisa Clínica, São Paulo, SP, Brasil.
  • Antonio Nardi Instituto de Psiquiatria, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Lucas Quarantini Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil.
  • Fabio Souza Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil
  • Humberto Correa Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
  • Gabriela Kanevsky Janssen-Cilag Farmacéutica (Argentina), Mendoza, Buenos Aires, Argentina
  • Patricia Cabrera Janssen Pharmaceutical Companies, Titusville, New Jersey, EUA.

DOI:

https://doi.org/10.21115/JBES.v13.n3.p310-21

Palavras-chave:

transtorno depressivo maior, depressão resistente ao tratamento, estudo multicêntrico, estudo observacional, epidemiologia, custos de saúde

Resumo

Objetivos: A epidemiologia da depressão resistente ao tratamento (DRT) varia mundialmente, mas é incerta na América Latina. Este artigo relata a epidemiologia e o ônus da DRT em pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) no Brasil, no estudo observacional multinacional, multicêntrico, de DRT na América Latina (TRAL). Métodos: Trezentos e noventa e seis pacientes adultos com TDM (tratados ou não) no Brasil, com diagnóstico de TDM usando o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fifth Edition (DSM-5) e confirmado por MINI Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional v7.0.2, foram incluídos em 10 centros. Os pacientes forneceram consentimento e concluíram as avaliações. Os critérios de exclusão incluíram pacientes com psicose, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo, demência, transtorno de uso de substância ou participação atual em outro estudo. A MADRS foi usada para gravidade da doença. Escalas de depressão e instrumentos classificados pelos pacientes foram usados para medir os resultados. Resultados: A prevalência de DRT em pacientes com TDM na América Latina corresponde a 29,1% (IC 95% [26,8%; 31,4%]), embora no Brasil corresponda a 40,4% (IC 95%: 35,6%-45,2%), a mais alta no estudo TRAL. Os pacientes com DRT são mais velhos e apresentam maior proporção de divórcios e menor nível educacional, com pontuação mais alta na Escala de Classificação da Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), comparados a pacientes sem DRT. Os custos de saúde foram maiores em pacientes com DRT, com menor qualidade de vida e maiores custos de saúde e comprometimento laboral. Conclusões: Estes achados confirmam que a DRT apresenta alta prevalência no Brasil, consistentemente com estudos anteriores sobre transtornos depressivos. Globalmente, os pacientes com DRT apresentam maior ônus da doença, sugerindo a necessidade de melhorar os cuidados para pacientes com DRT no Brasil.

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Publicado

2021-12-20

Como Citar

Teng, C., Caldieraro, M. A., Lacerda, A., Nardi, A., Quarantini, L., Souza, F., … Cabrera, P. (2021). Epidemiologia e ônus da depressão resistente ao tratamento no Brasil: análise do subgrupo brasileiro do estudo de observação multicêntrico TRAL. Jornal Brasileiro De Economia Da Saúde, 13(3), 310–321. https://doi.org/10.21115/JBES.v13.n3.p310-21

Edição

Seção

Artigos